As investigações do Ministério Público ao FC Porto teriam começado em 2016, depois de uma denúncia do Banco Santander Totta. O Banco denunciou “negócios suspeitos” do FC Porto às autoridades, de acordo com o Correio da Manhã. Em causa, estaria uma uma transferência de 200 mil euros que teria saído do Liechtenstein, de uma conta que estava associada à Vela Management, que era uma sociedade ligada ao grupo Doyen, para a conta da Energy Soccer e, mais tarde, para a Serialsport e a Pesarp. Em comum, estas três empresas pertenciam à sociedade de Alexandre Pinto da Costa e o empresário Pedro Pinho.
O Banco suspeitou de eventuais crimes de fraude fiscal, burla e branqueamento de capitais e juntou-se a uma outra investigação, que já decorreria no mesmo sentido, de avaliar as negociatas do FC Porto.
Finalmente, o inquérito foi aberto no final de junho de 2018 e, apenas quinze dias depois, os dois empresários envolvidos já estavam sob escuta. Desde agosto de 2018 até julho de 2021, as autoridades ouviram todas as conversas telefónicas do filho de Pinto da Costa e de Pedro Pinho.
Ainda no final de 2016, começaram as investigações também à BM Consulting, de Bruno Macedo, por causa de uma transferência de 837 mil euros para uma conta bancária da Jana, que é uma offshore de Hernâni Antunes, nos Emirados Árabes Unidos.
Bruno Macedo, o agente desportivo, ficou debaixo de olho do Fisco e, pouco depois, foi também apanhado nas negociações dos direitos televisivos dos clubes com a Altice, movimentando muitos milhões.
O empresário de Braga conseguiu 20 milhões de euros da Altice. Desses valores recebidos, a BM Consulting movimentaria mais tarde 10 milhões para a Pesarp (empresa citada acima, de Alexandre Pinto da Costa e Pedro Pinho) e 5 milhões para a Jana, a tal offshore de Hernâni Antunes, que é amigo de Armando Pereira, um dos maiores acionistas da Altice.
Ao analisar todos estes negócios e transferências, as autoridades acabariam por descobrir outros negócios suspeitos do FC Porto, nomeadamente na transferência de jogadores.
